28.11.08

Contra a homofobia na Casa do Estudante da UFPE

Por Berlano Andrade

Casos de homofobia vêm ganhando força na Casa do Estudante da UFPE. Insultos e ameaças de morte têm se tornado constantes. A situação se agravou com a chegada das eleições na qual é decidido quem irá compor a gestão da residência estudantil.

Integrantes da chapa “Imagem não é Nada” que tinha em sua composição alguns estudantes homossexuais vêm recebendo várias manifestações de ódio à livre expressão sexual. Após a divulgação do resultado das eleições, um dos membros da chapa “Atitude”, que venceu o pleito, estendeu um lençol azul e gritou que a cor da casa era azul.

Este foi o início de uma série de provocações que se estenderam. Na mesma noite do resultado das eleições membros da chapa vencedora e simpatizantes começaram a gritar frases como "viva o preconceito” e “vamos acabar com os veados". Como vem sendo denunciado, após duas horas de comemorações pessoas ligadas a chapa vencedora retornaram para a Casa ligaram um amplissom com a música "Cowboy Veado" e um deles foi até o quarto de um residente homossexual insultá-lo e ameaçá-lo de morte.

O que deve ser destacado é a própria visão preconceituosa da universidade. No quadro da coordenação de segurança da UFPE um dos códigos de ocorrência é HOMOSSEXUAIS (código 18), ao lado de furto ou assalto (código 1), elemento suspeito (código 2), desordem (3), bêbado/pedinte, doente mental etc.

Deixa claro que no momento em que a luta pela criminalização da homofobia ganha mais adeptos, episódios graves como esse devem ser respondidos com toda a nossa unidade. Que inclua todos os campos de militância GLBT como também outros movimentos sociais. Devemos entender que todas essas formas de opressão são pilares que sustentam a sociedade em que vivemos. A luta contra toda forma de discriminação ao direito a diversidade deve ser ininterrupta e cotidiana. Somente assim estaremos construindo as bases para um novo mundo em que amar não possa encontrar empecilhos.

Berlano Andrade é estudante da UFPE e militante da Juventude Novos Palmares

22.11.08

IX Feira de Artes Santa Tereza

Por Viviane Neres

A IX Feira de Artes Santa Tereza acontecerá no dia 23 de novembro de 2008, um evento cultural que visa o desenvolvimento humano e a qualidade de vida da comunidade através da cultura.

O evento também cumpre um papel fundamental, que é incentivar a produção de trabalhos dos artistas envolvidos tanto na organização, quanto nas apresentações e debates realizado pelos grupos durante o processo de organização do evento.

Quando a Casa de Cultura e os artistas da região, juntos, lutam para a transformação social através da cultura, e assim envolvem a comunidade, cumprem sua missão de contribuir de forma integrada para o desenvolvimento da educação, cultura e cidadania, valorizando a arte e o lazer como forma de combater as injustiças sociais.

Os artistas de Embu não têm espaços para mostrar sua produção artística e muito menos a possibilidade de profissionalização da mesma, isto é fato não só aqui como em qualquer lugar do Brasil, onde a cultura não é vista como prioridade. Mas, em Embu das Artes, existe uma particularidade: como pode uma cidade onde se respira arte, os artistas tenham que tentar a vida em outras cidades, e dos que ficam uma boa parte desiste no meio do caminho? Alguns ficam, alguns vão e os que ficam resistem, e uma das formas de resistência é a Feira de Artes do Santa Tereza que vem com a sua nona edição, trazendo a necessidade de mudança da nossa juventude.

Juventude, o futuro é agora!
Cultura para a transformação social!

5 Palcos com Música (Rock, Reggae, MPB, Sertanejo, Eletrônica, Rap etc.)
Teatro - Dança - Folclore - Grupos
100 Expositores (Artesanatos e comidas)
Teatro - Dança - Folclore - Grupos de Capoeira - Poesia
Debate do tema durante a Feira "Juventude - o futuro é agora"

Informações: (11) 4149-5315

Viviane Neres é artista e militante cultural e da Juventude Novos Palmares em Embu das Artes (SP)

19.11.08

Pela abolição do racismo!

Em maio de 2008, foram completados 120 anos de abolição da escravidão e, segundo uma pesquisa do IPEA, a população negra será maioria no Brasil em 2010. Mas a abolição não foi capaz de abolir o racismo: a violência policial é cotidiana nas periferias brasileiras e tem a juventude negra como o principal alvo, os negros recebem a metade da renda que recebem os brancos, quilombolas lutam em defesa de suas terras e o acesso da população negra à educação superior continua bastante limitado.

Devemos lutar em defesa das ações afirmativas que têm trazido importantes conquistas e avanços para os jovens e trabalhadores negros, da regularização dos quilombos remanescentes como memória da trajetória de resistência e luta, do incentivo à diversidade através da arte e da cultura negra e contra a violência policial que revela a face mais brutal do racismo principalmente contra a juventude.

Apesar de tudo, o racismo ainda persiste enraizado. Foi e é usado para justificar o genocídio contra os negros e indígenas. Se o racismo ainda está longe de acabar, a luta por sua abolição também: ela continuará em periferias, escolas, centros culturais, locais de trabalho, universidades e ruas. E a juventude é quem deve ser a protagonista desta luta.

“não existe capitalismo sem racismo” [malcolm x]